Existe uma frase popular que diz que pessoas carentes não amam, fazem reféns. Um dos maiores vilões dos relacionamentos afetivos são as idealizações. As projeções que fazemos sobre os outros, como se elencássemos salvadores para o nosso coração, pessoas que irão curar todas as feridas que outras pessoas causaram. E o preço de tudo isso sempre é a liberdade do outro: a liberdade de ser quem ele é, para ser quem queremos que ele seja.
Nesse jogo das projeções, expectativas e cobranças, o carente sempre acha que o parceiro deve atender as suas expectativas. Então vem as decepções, as desilusões, e a ideia de que o outro foi ingrato, quando na verdade ele foi apenas si mesmo.
O carente sempre se doa demais, cobra demais, para além do que são comportamentos sadios para um relacionamento. Muitas vezes deixa de viver a própria vida para viver a do outro, e espera que a pessoa faça o mesmo por ele.
O amor não está nas projeções que fazemos sobre o outro, está quando enxergamos o outro para além das nossas expectativas e ilusões, conhecemos a sua realidade e mesmo assim escolhemos ficar. O amor não está no entendimento de que todo afeto real precisa ser natural e respeitar a essência que torna as pessoas quem elas são. O amor nunca é sobre possuir e controlar. O amor não é posse, é compartilhamento!
Se alguém precisa se diminuir, se reprimir, se machucar para caber em uma relação, é porque ali não existe amor para permanecer.
O amor real não prende. Liberta!
(Alexandro Gruber) @alexandro_gruber
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